A Tradição nos apresenta Pelágia como uma jovem de 15 anos, virgem, nascida em Antioquia que atuava como bailarina e era dotada de uma profunda beleza. Sua beleza encantava a todos os homens e a jovem enveredava por uma vida de promiscuidade.
Aconteceu que foi convocado em Antioquia o Sínodo dos Bispos e diante da Basílica de São Juliano estava São Nono, bispo de Edessa a pregar para os outros bispos quando viu a jovem Pelágia passando à cavalo em frente ao pórtico seguida por uma pequena multidão que a seguia maravilhados com sua beleza. São Nono interrompeu sua pregação e deteve o olhar na jovem. Após a passagem da jovem, São Nono indagou os demais conforme nos relata o documento do historiador Eustochios: “Vocês não estavam muito contentes por ver tanta beleza como a dela?” Os bispos ficaram calados e envergonhados com a pergunta. Ele repetiu a pergunta e o silêncio perdurou. São Nono então chorou e proferiu estas palavras: “Na verdade, eu estava extremamente feliz. Sua beleza me agradou muito, pois Deus a predestinou para vir aqui na nossa presença como um juízo sobre tudo, inclusive sobrenosso episcopado. Pensem, meus amados irmãos. Quantas horas essa mulher gastar em seu camarim, a lavar-se e vestir-se e decorar-se com o máximo de cuidado e atenção. Mas para nós há um Pai todo-poderoso no céu, um esposo imortal que faz promessas para aqueles que o servem, que oferece riquezas celestiais e recompensas eternas e quanto a nós, não realizamos por nossas dioceses e por nossas almas, sequer a metade do que ela faz.”
Naquela noite, São Nono teve um sonho no qual celebrava a Santa Missa e um pássaro sujo e violento tentou impedi-lo. Mas São Nono conseguiu apanhá-lo e mergulhá-lo em uma fonte e o pássaro saiu limpo. No dia seguinte o Bispo celebrava e Pelágia havia ido à Igreja e sentiu-se tocada pela pregação e pediu a São Nono por meio de uma mensagem escrita, que a acolhesse. Ele aceitou e ao recebê-la a batizou e ministrou a sagrada comunhão.
Após oito dias ela vestiu-se com uma túnica e dirigiu-se para Jerusalém e construiu uma cela para ela no Monte das Oliveiras onde veio a falecer três anos depois de muitas penitências e orações.